Gestor municipal do SUS: balanço dos seis primeiros meses de atuação
ImpulsoGov · Junho 2025

Seis meses de gestão: como analisar o que foi feito e planejar as próximas ações na Atenção Primária à Saúde

O primeiro semestre de uma nova gestão municipal é fundamental para estruturar ações que impactam diretamente a população, e por isso exige atenção especial dos gestores, sejam os novos ou os reeleitos.

Se você está completando seus primeiros seis meses como gestor municipal no SUS, este é o momento ideal para revisar o que foi feito, identificar desafios e aprendizados e redirecionar esforços para garantir uma atenção primária cada vez mais eficaz no seu município.

Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas para você realizar um balanço dos seis primeiros meses de gestão com o intuito de coletar os principais aprendizados desse período.

O que os primeiros seis meses mostram sobre sua gestão no SUS

Depois dos primeiros meses de gestão, já é possível analisar como a transição de governo pode ter impactado as ações em andamento. Agora, é hora de executar com consistência para colocar em prática aquilo que foi planejado, realizando os devidos ajustes de acordo com a experiência acumulada até agora.

Ao revisar os primeiros meses de gestão, o gestor municipal no SUS pode:

  • Avaliar a continuidade de processos e ações: Checar se as ações planejadas foram mantidas/realizadas ou tiveram alguma interrupção;
  • Rever desafios mapeados na transição: Fazer um mapeamento de desafios já vencidos, desafios que permanecem e outros que possam ter surgido;
  • Planejar o próximo semestre: Documentar aprendizados e otimizar/analisar o uso de recursos para alcançar as metas mapeadas para o próximo semestre da gestão.

Balanço do primeiro semestre: documente, analise e (re)planeje

Seis meses após o início da gestão, uma boa prática é construir um relatório interno de balanço dos seis primeiros meses. Ele pode reunir os avanços registrados, as metas ainda pendentes e os ajustes realizados na execução.

Além de manter a gestão documental em dia e garantir coerência entre o que foi planejado e o que está sendo executado, esse relatório será valioso para futuras prestações de contas e para a continuidade das ações, mesmo diante de possíveis mudanças na equipe.

Este é o momento de verificar, por exemplo se:

  • Programas e ações planejados tiveram continuidade ou reestruturação.
  • Ferramentas de monitoramento e avaliação estão sendo utilizadas de forma regular e gerando insumos para tomada de decisão.
  • Houve integração da equipe técnica e da sociedade civil nos processos de gestão, fortalecendo a participação social.
  • Os resultados do semestre estão de acordo com o planejado para o início da gestão.
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Prepare um balanço dos seis primeiros de gestão para identificar os avanços e o que ainda precisa ser colocado em prática (Foto: Pixabey)

A Importância do Planejamento para a Gestão Municipal do SUS

Após um semestre de atuação, este é um bom momento para analisar seu planejamento inicial, e também checar o planejamento para o semestre seguinte. Um bom gestor municipal no SUS deve garantir que os recursos estejam sendo utilizados de forma estratégica, com base nas necessidades da população.

No contexto da gestão municipal do SUS, analisar o seu planejamento periodicamente permite:

  • Identificação de prioridades: Ao analisar os dados epidemiológicos e as demandas da população, a gestão municipal pode identificar as áreas de maior necessidade e direcionar os recursos de forma estratégica.
  • Otimização de recursos: Um planejamento cuidadoso permite o uso estratégico dos recursos disponíveis, evitando possíveis desperdícios e garantindo que os investimentos sejam direcionados para as ações mais prioritárias
  • Fortalecimento da qualidade dos serviços: Ao estabelecer metas claras e indicadores para acompanhamento, a gestão municipal pode monitorar a qualidade dos serviços e implementar ações de melhoria contínua.
  • Atendimento às necessidades locais: O planejamento municipal deve levar em consideração as características específicas da população, como perfil demográfico, condições socioeconômicas e fatores culturais, para garantir que os serviços de saúde sejam adequados às necessidades locais.

Como Elaborar um Planejamento Eficaz?

O gestor municipal do SUS deve desenhar um planejamento preparado para atender a realidade local, com metas e indicadores que foquem em melhorias reais nos serviços de saúde.

Se nos seis primeiros meses de gestão, não foi possível preparar um planejamento de forma adequada, aproveite esse período para:

  • Realizar um diagnóstico situacional: Analisar os dados epidemiológicos, as condições de saúde da população, a infraestrutura disponível e os recursos financeiros e humanos.
  • Definir metas e indicadores: Estabelecer metas claras e mensuráveis para cada área de atuação e definir indicadores de desempenho para monitorar o progresso.
  • Elaborar um plano de ação: Definir as ações necessárias para alcançar as metas estabelecidas, detalhando os recursos necessários, os responsáveis e os prazos.
  • Promover a participação social: Incluir a população no processo de planejamento, por meio de conselhos de saúde, audiências públicas e outras formas de participação social.
  • Analisar os resultados dos primeiros meses: Usar as informações disponíveis para revisar metas e, se preciso, reajustar os planos de ação com base no que já aconteceu.

Contribuição dos Profissionais de Saúde no Planejamento Municipal

Para uma boa análise dos primeiros meses de gestão, envolver os profissionais de saúde é fundamental para coletar bons insumos de quem está na rotina dos serviços de saúde, aprimorar o planejamento e fortalecer vínculos com os cidadãos acompanhados.

A participação ativa dos profissionais pode ocorrer de diversas formas:

  • Percepção do cenário local: Os profissionais de saúde estão em contato direto com a população, o que permite ter uma visão mais clara das necessidades e demandas da comunidade. Eles podem compartilhar suas experiências e observações, fornecendo informações para o diagnóstico da situação de saúde no município.
  • Identificação de necessidades: Através do contato direto com a população, os profissionais podem identificar situações de saúde específicas da região, como surtos de doenças, dificuldades de acesso à determinados serviços ou necessidades de grupos específicos da população.
  • Sugestões de melhorias: Com base em sua experiência, os profissionais podem sugerir melhorias nos processos de gestão, como a otimização do fluxo de atendimento, a implementação de novos programas ou a aquisição de equipamentos e materiais.
  • Monitoramento e avaliação: Os profissionais também podem auxiliar no monitoramento e avaliação dos resultados das ações de saúde, fornecendo dados e informações que permitam identificar o que está funcionando e o que precisa ser ajustado.
  • Implementação de estratégias: Durante a execução dos planos, os profissionais podem participar ativamente da implementação de estratégias específicas, como campanhas de vacinação, programas de prevenção de doenças ou projetos de promoção da saúde.
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O conhecimento sobre o território que os profissionais de saúde atuam pode contribuir para o planejamento municipal (Foto: ImpulsoGov)

Boas Práticas para uma Gestão Colaborativa

Mesmo com a gestão já em andamento, algumas práticas adotadas no período de transição seguem importantes para manter um ambiente de trabalho estável, seguro e participativo. A gestão do SUS é contínua, e a valorização da equipe desde o início da gestão pode apoiar os resultados alcançados.

Algumas boas práticas para uma gestão colaborativa:

  • Comunicação Clara: Informar à equipe sobre o andamento e resultado das ações nos seis primeiros meses de gestão, com seus pontos de destaque e também de melhoria. A comunicação transparente ajuda a reduzir a ansiedade e a incerteza.
  • Envolvimento da Equipe: Incluir os profissionais em todas as etapas do planejamento, desde a definição de metas até o monitoramento das ações. Ouvir suas opiniões e sugestões demonstra respeito e valoriza o conhecimento técnico da equipe.
  • Reconhecimento de Contribuições: Valorizar o trabalho dos profissionais, reconhecendo suas contribuições e o esforço dedicado nos primeiros meses de trabalho. O reconhecimento fortalece o moral da equipe e incentiva a colaboração.
  • Oferecer Estabilidade: Dentro do possível para cada realidade municipal, garantir a segurança e a continuidade dos serviços mesmo em momentos de instabilidade, transmitindo confiança e tranquilidade aos profissionais. A estabilidade no ambiente de trabalho é fundamental para manter a motivação e o engajamento da equipe.

Apoio gratuito do Impulso Previne para a Gestão Municipal

Após seis meses de gestão, o acesso a dados atualizados é essencial tanto para verificar resultados, quanto para planejar novas ações . Nesse sentido, o Impulso Previne surgiu para apoiar gestores municipais do SUS na avaliação dos indicadores da Atenção Primária e apontar caminhos para a melhor tomada de decisão.

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